Ter o próprio negócio parecia algo distante para o multiempresário Raphael Ferrari. A relação com o trabalho de carteira assinada não permitia ele sonhar com um futuro diferente. Mas com o incentivo do irmão e do amigo, Antonio Leme, Raphael investiu no mercado têxtil e fundou a própria importadora de tecidos, a Emillia Romana, marca que tem como essência a pluralidade e a autenticidade da moda.

O multiempresário também está à frente da Log Trade – importação, exportação e armazenagem, uma empresa criada para atuar no comércio nacional e internacional de peças e de objetos na opção de varejo e de atacado. Além disso, Raphael é sócio investidor da Cesar’s Construtora, uma empresa destinada a construir imóveis no programa do Governo Federal ‘Minha Casa, Minha Vida – Habitação Popular’. E há pouco mais de dois meses, ele decidiu investir em uma academia de alto padrão voltada para atender personal trainer e alunos, a Coach Fitness.

Todos esses negócios refletem o desejo e a vontade de Raphael de fazer dar certo. “Quando as pessoas me falavam que eu poderia ter uma empresa, eu apenas conseguia pensar que tinha sido criado para ser funcionário, mas como tempo e muito trabalho, claro, passei acreditar e buscar alternativas para fazer isso acontecer”, afirma o multiempresário.

Natural de Maringá, no Paraná, Raphael carrega uma bagagem profissional repleta de experiências. “Comecei a trabalhar muito novo, lembro que meu primeiro emprego foi entregando revistas, depois em um posto de gasolina até chegar em uma metalúrgica, onde trabalhei no chão de fábrica, mas foi na área do comércio que eu realmente me encontrei”, lembra.

Raphael trabalhou como vendedor durante alguns anos consecutivos. “Iniciei no shopping center, vendendo em lojas de roupas até surgir a oportunidade de vender consórcios para uma empresa”, detalha o multiempresário antes de enfatizar que a modalidade de consórcios permitiu que ele atingisse uma boa remuneração na época, “todo mundo que é comissionado tem a chance de fazer o quanto quer ganhar, então tentei usar isso ao meu favor”, diz.

Mas a ambição de Raphael mudou completamente a partir do momento que ele conheceu Bruna, sua atual esposa. Professora universitária, ela o incentivou a conquistar novos objetivos profissionais e também a alcançar novos sonhos na vida: “A Bruna viu que eu tinha potencial e me encorajou, porque eu tinha em mente que uma pessoa só precisava ter um emprego para viver, no entanto, entendi que a vida é muito mais do que só isso”, afirma.

Com o apoio da esposa, Raphael conta que recebeu um convite especial do amigo, Lucas Alvim. “Ele era vendedor de tecidos e me pediu para atender os clientes dele por alguns dias, enquanto viajava”, mas o multiempresário confessa que a insegurança quase o sabotou no primeiro momento, “eu disse a ele que não entendia de tecidos e que poderia dar muito errado.”

Com todos os incentivos, Raphael pegou o carro emprestado da sua mãe e saiu em direção ao primeiro cliente. Em menos de uma semana de trabalho, o multiempresário faturou o mesmo valor de um mês de salário vendendo consórcios. “Fiz as contas e pensei que tinha encontrado a mina de ouro”, brinca o multiempresário.

Satisfeito com o resultado, Raphael pediu ao amigo para trabalhar junto com ele. Com o cargo de preposto do representante comercial, o multiempresário começou a atender novos clientes. “Essa função me permitiu conhecer todos os processos do mercado têxtil, o que foi muito legal e interessante.”

Em pouco tempo, a atuação de vendas de Raphael chamou atenção das empresas das quais prestava serviços. “Depois que passei a ser representante comercial, uma marca de tecidos me convidou para trabalhar integralmente com eles, mas na função de coordenador comercial”, afirma.

Ponte aérea Paraná – São Paulo

Para assumir a vaga, Raphael precisou se mudar de Maringá para São Paulo, local onde a empresa tem sede. “Aceitei a proposta na intenção de me tornar um executivo, porque acreditei que as pessoas à minha volta iriam valorizar a minha profissão, esse era o meu pensamento no auge dos meus 20 e poucos anos”, ressalta.

Mas o multiempresário não queria morar na capital paulista, porque o seu coração estava no Paraná. “A ideia era passar uma semana em São Paulo, uma semana em Maringá e duas semanas viajando pelo Brasil, o que me permitia ter uma agenda mais livre”, diz. E foi o que aconteceu: Raphael detalha que conheceu quase todos os estados brasileiros, “foram os meses que mais conheci pessoas e clientes na minha vida, o que permitiu entregar ótimos resultados e impulsionar o crescimento de quase 800% da empresa.”

O sucesso nas vendas impulsionou o multiempresário a ser o gerente comercial da marca e a sentar-se à mesa com as equipes do financeiro, de compras e com o presidente da empresa: “Durante as reuniões, eles passaram a me ouvir e isso me influenciou a criar uma autoestima profissional.”

Mas ao mesmo tempo que a carreira de Raphael evoluia, a relação dele com Bruna ganhava um novo capítulo. “Depois da promoção, passei a morar em São Paulo, mas pedi a minha esposa em casamento e mesmo morando em cidades diferentes, assumimos o compromisso de ficarmos juntos.”

Enfrentando a ponte aérea toda semana, o multiempresário passava alguns dias na capital paulista e outros em Maringá com a esposa. “Compramos um apartamento na planta e quando estava no fim da reforma, a Bruna decidiu que queria ter um filho.”

Filho de pai separados e criado apenas pela mãe, Raphael também sentia vontade de ampliar a família, no entanto, a decisão do casal não aconteceu como o planejado, “não conseguíamos engravidar e isso gerou muita tristeza em nós.”

Raphael e a esposa procuraram diferentes médicos e depois de uma série de exames, descobriram que ela estava com endometriose. Após o diagnóstico, o casal mudou a rotina e Raphael intensificou suas voltas para a casa, “por quase três anos, enfrentamos a dor do incerto.”

Angustiado, o multiempresário considerou a possibilidade de deixar o emprego em São Paulo para voltar a morar no Paraná, a ideia se intensificou durante uma visita de um dos seus irmãos. “Ele queria abrir uma empresa de tecidos em sociedade comigo e na conversa eu pesquisei possíveis nomes para a marca, mas sem pretensão nenhuma.”

Raphael, que é descendente de italianos, lembra que pesquisou regiões no norte da Itália e encontrou o pólo de desenvolvimento Emilia Romagna. “Achei que era uma ótima sugestão para nomear o novo empreendimento. Fizemos uma votação, meu irmão e a minha esposa não gostaram, enquanto eu e a minha cunhada aprovamos.”

Depois da conversa, o multiempresário retornou para São Paulo e pediu demissão. “Um grande amigo, o Junior, sempre me disse que eu deveria abrir um negócio próprio, porque a minha chance de dar certo era grande. Então falei com o meu chefe e ele me pediu um tempo, foram mais seis meses enfrentando a ponte aérea até ficar de vez em Maringá”, diz.

O início da Emillia Romana

Mas a volta para casa tinha um motivo em especial, “coloquei na minha cabeça que a minha família era mais importante que tudo, deixei o emprego e me organizei para ficar alguns meses sem trabalhar”, garante o multiempresário.

Ao lado da esposa, Raphael decidiu fazer uma fertilização, como garantia, ele vendeu o carro e guardou uma reserva financeira para arcar com os custos.

Em paralelo, o irmão do multiempresário abriu um CNPJ em nome da Emillia Romana e organizou os documentos para abertura da empresa. “A minha função era comprar tecidos e organizar as vendas em atacado, porque o nosso objetivo era atender apenas a região e era o que eu conseguia fazer sem me ausentar de casa”, reforça.

O multiempresário ainda conta que toda a sua dedicação estava focada na família naquele momento e que a empresa Emillia Romana seguia em segundo plano. “É engraçado pensar que eu não tinha expectativa de nada sobre a empresa, mas continuei exercendo as atividades no dia a dia.”

Alguns meses depois, com data marcada para fazer o procedimento médico, Raphael e Bruna viajaram para um período de férias juntos. “O médico nos aconselhou a esperar, afinal, estávamos no fim do ano e qualquer ação poderia afetar no resultado da fertilização”, lembra.

Na volta da viagem, o casal recebeu um belo presente da vida. “O nosso maior milagre, Bruna engravidou por vias naturais e a partir daquele dia tudo mudou.”

Com o nascimento da Isadora, Raphael se encontrou como empresário e revolucionou a Emillia Romana no mercado. “A paternidade me fez acreditar que eu era capaz e isso foi suficiente para investir tempo e empenho na empresa”, diz.

Sucesso nacional

Hoje, há 10 anos no mercado, a Emillia Romana atende clientes em diferentes estados do Brasil e Raphael é o único sócio da marca, com 100% do capital social da empresa. “Empreender no país não é fácil, precisei enfrentar muitos obstáculos, fiz a sociedade com o meu irmão e em seguida ampliamos para outros dois sócios, no entanto, depois de uma fase difícil, resisti e comprei a parte de todos os envolvidos.”

À frente dos negócios, Raphael relembra que a empresa foi crescendo aos poucos, no decorrer dos anos. “Começamos com um container de importação, depois tínhamos quatro até que o espaço no Paraná já não era mais suficiente, e abrimos uma filial em Santa Catarina.”

Com a matriz em Maringá, a Emillia Romana mantém filiais no sul e no norte do Brasil, com uma equipe de 19 colaboradores e mais de 30 representantes comerciais. “No primeiro dia era apenas eu, meu irmão e uma funcionária, com o passar dos dias ampliamos e oferecemos emprego para mais pessoas.”

Segundo o CEO da marca, o diferencial da Emillia Romana em relação a outras importadoras nacionais é a humanização no atendimento. “Além da nossa alta qualidade de tecidos e paletas de cores diferenciadas, entregamos aos clientes um serviço humanizado e que reflete quem somos em essência.”

Com um desfile de moda marcado para o dia 24 de setembro, em Fortaleza, a Emillia Romana vai apresentar uma nova coleção de peças ao público.

Em entrevista ao IstoÉ Sua História, o multiempresário Raphael Ferrari revelou como a Emillia Romana surgiu no mercado e porquê ele decidiu investir em novos negócios depois do nascimento da filha. Confira a conversa completa:

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