Com o crescimento vertiginoso do segmento fitness, impulsionado principalmente pela pandemia, modalidades esportivas que não eram tão comuns no passado se tornaram parte do cotidiano de atletas de vários esportes, como pular corda. Atendendo ao mercado que se torna cada dia mais exigente, Bruno Maya, fundador da Boiler, empresa especializada em produtos esportivos, conta como suas cordas de pular profissionais se tornaram uma referência no mercado. Entretanto, antes de se tornarem um sucesso de vendas, e antes mesmo da existência da Boiler como empresa, Bruno passou por várias experiências que mudaram para sempre sua maneira de se relacionar com atividades físicas.

Em entrevista ao IstoÉ Sua História, Bruno começa seu relato já com o aviso de que sua trajetória é cheia de imprevisibilidade e diversidade de experiências. “Sou a pessoa mais aleatória que veio nesse programa”, brinca. O empresário conta que, assim como muitos outros empreendedores, foram necessárias diversas tentativas antes de alcançar o sucesso profissional. “A gente aprende que, no empreendedorismo, seus erros acabam impactando muito mais que seus acertos, devemos aprender com nossos erros”, diz. Ele também reforça que, muitas vezes, a vida pode te levar para lugares inesperados. “No passado, nunca me imaginaria assim, como um empreendedor na área do fitness. Porque sou o avatar ao avesso do fitness”, brinca. 

Natural do Rio de Janeiro, desde muito cedo não era uma pessoa inclinada às atividades ao ar livre. “Fui uma pessoa muito inventiva na infância. Ao invés de brincar como as crianças normais, ficava jogando RPG com meus amigos, inventando histórias”, lembra. Bruno explica que essa experiência de criação de narrativas o ajudou a explorar diferentes maneiras de falar sobre fitness e agregar fãs da marca atualmente. “A maneira como a gente conta histórias sobre esse segmento é o que nos torna um destaque, eu diria”, complementa. 

Apesar do estilo pouco atlético, uma mudança de ambiente também o fez mudar internamente. “Minha vida, de um garoto nerd, virou de cabeça para baixo quando, por algum motivo que não sei explicar, decidi entrar para o Exército”, revela. Essa foi sua primeira experiência longe da família e mudou a trajetória do empreendedor. “Foi minha primeira grande prova. Sem nenhuma rede de segurança […]. Contra todas as expectativas, me formei em primeiro lugar na minha turma, de infantaria”, detalha. Foi lá que Bruno começou a criar uma nova relação com a atividade física, que é algo diário nas forças armadas. Apesar de todo o aprendizado nesse período, o empresário sabia que seu caminho continuaria fora do Exército. “No fim da jornada, vi que tinha aprendido o que eu precisava e era preciso ir em frente”, diz. 

Depois de frequentar por um tempo a faculdade de Ciências da Computação e Direito, Bruno se formou em Administração. E a ideia da sua atual empresa já começava a surgir muitos anos antes. “Meu TCC foi sobre a Boiler, mas era uma ideia diferente do que se tornou hoje. Se fala muito, no empreendedorismo, em pivotagem. Pivotagem é quando você tem uma coisa na mão e percebe que não vai dar certo, então faz essa mudança com os recursos que tem e vai em outra direção”, explica. Bruno também se tornou DJ quando era universitário, atestando a aleatoriedade de suas habilidades.

Alguns anos depois, sua relação com a música o fez se aproximar ainda mais do mundo fitness quando surgiu uma oportunidade de discotecar em academias. “Eu tinha um projeto de música esportiva. Estava literalmente fazendo um estudo sobre como a música impacta na atividade física”, diz. “Uma dessas academias estava abrindo um box de Crossfit. E deu super certo. O Crossfit, no fundo, parece coisa de exército”, afirma. A modalidade surgiu baseada nos treinamentos militares norte-americanos, daí a semelhança. O empresário viu ali uma oportunidade de negócio, já que atuava nas noites como DJ havia cinco anos e estava cansado. “Você começa a ver o impacto que aquilo começa a causar em você. Você vive uma vida ao contrário”, diz. Então, foi o momento de retornar ao desenvolvimento do seu projeto empreendedor, a Boiler.

Tecnologia aliada ao storytelling

Ao se unir a dois sócios, a Boiler começava a sair do papel. Inicialmente, a ideia era uma agência de eventos esportivos que ajudasse as pessoas a se divertirem enquanto se exercitavam. “A gente queria deixar o fitness mais legal para as pessoas curtirem. A ideia era maravilhosa. Contudo, no dia em que fomos lançar o nosso primeiro evento, anunciaram um evento do mesmo segmento na mesma cidade”, revela. Por conta da proposta e experiência de Bruno, ele e seus sócios foram convidados para fotografar no evento concorrente. E aí surgiu um novo caminho para a Boiler, que nasceu em 2016 como uma agência de marketing esportivo. “Olhando para trás, vejo que as coisas que aconteceram nos prepararam para o momento que vivemos hoje”, conta.

Como agência, a Boiler atendeu relevantes players do segmento esportivo, como a Escola de Futebol do Flamengo. “A gente aprendeu muito. Aprendemos sobre anúncios, marketing, programação de websites, uma série de coisas. Mas não estávamos felizes sendo uma agência”, conta. Como parte do desenvolvimento de novos projetos, a Boiler lançou peças de vestuário, em um movimento bem sucedido de nova pivotagem. “Um belo dia fizemos camisetas para um evento que explodiram de vender. Vimos que havia potencial para ser marca”, explica.

Ao avaliar o mercado fitness, Bruno conta que não havia cordas de pular profissionais que não fossem importadas. Surgia então o produto que seria o seu mais novo hit de vendas, a corda Perpétua, que atualmente está na sua terceira edição. Conhecida como a “corda branca”, a Perpétua pode ser usada em diversos tipos de treino por conta da possibilidade de troca do cabo através da Coroa de Troca, uma invenção patenteada que revolucionou a flexibilidade das cordas de pular. Também é possível regular a intensidade do exercício, além do tamanho certo do fio de acordo com a altura do usuário. 

Com um público cada vez mais adepto à modalidade, principalmente no pós-pandemia, pular corda se mostrou uma atividade extremamente inclusiva, pois é possível praticá-la em qualquer lugar, sem necessidade de acompanhamento. “Iniciamos  no público do CrossFit, mas hoje a Perpétua vende para todos os públicos. Também temos outras cordas, como a Rebelde”, explica. A prática de pular corda atualmente ganha cada dia mais espaço, por ser uma considerada atividade aeróbica de alta intensidade e pouco investimento em equipamento. “O VO2 de dez minutos de corda equivalem a 30 de corrida”, explica Bruno. O VO2, também conhecido no mundo da corrida como VO2 máx, trata-se do volume máximo de oxigênio que o corpo consome durante o exercício físico. 

A empresa também tem uma linha de óculos esportivos chamada Mutante, além de estarem em processo de lançamento de uma linha de vestuário. Bruno também revela que uma parte importante do core business da Boiler é a possibilidade de criar comunidades de pessoas com um objetivo em comum, por isso eles apostam em um aplicativo para unir as pessoas que são apaixonadas por esportes. “O futuro da Boiler é trazer ainda mais conexão”, diz.

Em entrevista em vídeo para o IstoÉ Sua História, Bruno Maya dá mais detalhes sobre os produtos da Boiler, além de insights sobre o mundo fitness e planos para o futuro. Confira:

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