07/03/2025 - 17:02
Transformar ideias em realidade. Esse era o objetivo do empresário Guilherme Prestes quando ele decidiu fundar a SIGE Cloud em parceria com mais dois sócios. Apaixonado pela tecnologia e por gestão, Guilherme queria elevar a qualidade das entregas e das soluções digitais para micro e pequenas empresas no Brasil, oferecendo um sistema de software que, até então, era restrito a grandes corporações nacionais.
“A tecnologia no Brasil e em outros países, principalmente fora dos Estados Unidos, não era tão difundida. Ter um computador e trabalhar com softwares era algo distante da realidade de muitos em 2008, então, era quase vender ficção científica para as pessoas”, afirma o empresário.
Mas Guilherme acreditava no projeto e tinha certeza que a era digital iria transformar o país nos próximos anos. Confiante, ele seguiu com a ideia de entregar um sistema de planejamento de recursos empresariais aos seus clientes.
“Vale lembrar que o nosso background empresarial era quase nulo, eu teria que convencer os empresários a usar esse software, porque marcas grandes como a IBM e a SAP, por exemplo, ainda usavam um modelo de distribuição em mídia física, um CD ou um disquete, e instalavam o programa em um único computador”, detalha.
O empresário queria oferecer um sistema moderno e exclusivamente online, ou seja, um programa de dados feito exclusivamente na internet. Uma escolha ousada e, ao mesmo tempo, inovadora, “porque o icloud, o que chamamos de software em nuvem, entrega muitos benefícios aos usuários. A nossa ideia era incentivar as empresas a investirem no sistema da SIGE Cloud”, diz.
Mas os três sócios estavam dispostos e, juntos, conseguiram vender os primeiros softwares de gestão feitos pela marca. “Quando os resultados começaram a aparecer, nós sentimos uma espécie de orgulho interno, não apenas por entregar um produto de qualidade, mas também por oferecer algo a mais aos nossos clientes”, descreve.
O empresário ainda revela que a meta de vida dos sócios era fazer a empresa progredir e tornar a sociedade um negócio cada vez mais rentável e independente. “Era a nossa chance de buscar um futuro, algo que almejamos com muita vontade e mesmo sendo jovens e sem experiência, estudávamos bastante. Eu, por exemplo, me aprofundei em contabilidade para entregar algo com um alto nível de qualidade aos clientes.”
Uma nova fase
Durante 10 anos, Guilherme comandou parte da SIGE Cloud, mas a vontade de viver novas experiências profissionais o levou a deixar o escritório e a sociedade. “Deixei a empresa em 2018, vendi a minha parte e resolvi me desafiar, mesmo com os bons resultados e o avanço da marca no mercado. No fundo, eu sentia a falta de algo, mas não sabia o que era.”
O empresário foi em busca de respostas em um caminho diferente do que ele conhecia. “Sai completamente da minha zona de conforto, fui trabalhar no exterior e, nesse período, pude observar como as empresas com culturas diferentes tinham em comum o foco no cliente”, conta.
A maneira como os empresários estrangeiros e a equipe de colaboradores das marcas lidavam com os compradores e clientes chamaram a atenção de Guilherme. “Eles tinham o compromisso genuíno de fazer com que a empresa prosperasse e crescesse de forma sustentável, porque o sucesso deles era intrínseco ao sucesso dos clientes”, explica.
O empresário ficou admirado e, ao mesmo tempo, interessado nessa visão de trabalho. Ele conta que passou meses refletindo sobre o formato e chegou à conclusão que ainda não tinha desenvolvido esse pensamento: “Sim, é claro que eu ficava feliz vendo as empresas dos nossos clientes evoluindo, mas era só uma parte do processo, não era algo intrínseco dentro de mim.”
O impacto da covid-19 nos negócios
Durante esse período fora do País, Guilherme conviveu com perfis diferentes de pessoas. O intercâmbio cultural trouxe para ele novos conhecimentos. Mas em março de 2020, o mundo iniciou um movimento de isolamento social, após os impactos do vírus da covid-19.
“Quando a pandemia chegou, a SIGE Cloud foi atingida duramente, incluindo a perda de muitos clientes por conta do fechamento de pequenas empresas no Brasil. Nessa situação, surgiu a oportunidade de me reaproximar e recomprar a empresa”, afirma.
Como CEO da marca, Guilherme teria autonomia e liberdade para criar novos valores e propósitos na empresa, mas a situação financeira da instituição o preocupava. “Não era só um desafio, era um mega desafio, porque a SIGE Cloud estava com sérios problemas financeiros, o valor das dívidas era muito alto.”
Mas o empresário ainda acreditava no projeto e queria reestruturar o modelo de negócio da marca. “Esse tempo fora me fez perceber quais eram os meus erros e como poderia resolvê-los. Eu entendia o potencial da empresa, mesmo sabendo de todas as dificuldades que iria enfrentar.”
Uma revolução dentro da SIGE Cloud
À frente da SIGE Cloud, o empresário implementou diversas mudanças, começando pelo posicionamento de marca no mercado. “Eu estava me sentindo em casa novamente, mas em uma casa com sérios problemas. Virei a empresa de cabeça para baixo e saímos de um posicionamento de produto para um posicionamento de serviço”, afirma.
Guilherme explica que o mais importante era estar ao lado dos clientes. “Minha visão era oferecer serviços de gestão e estar mais próximo deles. Aos poucos, comecei a introduzir essa abordagem na empresa, mas confesso que não foi nada fácil.”
Com paciência e muito estudo, o CEO aumentou o time de atendimento e reduziu o número de desenvolvedores. “Todas as áreas da empresa passaram por mudanças, o que incluiu uma série de treinamentos com os colaboradores para que o foco da marca fosse o próprio cliente.”
O papel dos colaboradores no desenvolvendo da empresa
Feito isso, o empresário criou um plano de cinco anos para atingir a recuperação financeira da empresa, mas ele sabia que a qualidade das entregas da instituição dependia da qualidade do trabalho oferecida aos seus colaboradores.
Guilherme reajustou a jornada de trabalho dos funcionários, com a escala 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho e três dias de descanso para toda a equipe. “Hoje, esse tema virou um grande debate no país, mas há três anos, tomei essa decisão e percebi o quanto o colaborador se sente mais confiante e à vontade para exercer suas atividades quando é respeitado e valorizado.”
Colhendo os resultados
Convicto e, muitas vezes, assertivo nas escolhas, o empresário driblou a crise e conquistou o respeito dos clientes. Com a reputação máxima no site Reclame Aqui – plataforma que avalia produtos e serviços nacionais por meio de uma comunicação entre empresas e consumidores – a SIGE Cloud é relevante no mercado de tecnologia com altos índices no site, além do selo RA1000 em credibilidade e performance.
“Quando decidir que uma empresa seria focada no cliente, com o atendimento sendo a parte mais importante do negócio, automaticamente, começamos a mapear os canais de relacionamento, pois ali estavam todos os pontos que precisava melhorar”, descreve.
Mas ainda há um longo caminho pela frente para Guilherme. “Evoluímos muito nos últimos anos, os resultados comprovam isso, no entanto, seguimos firmes e trabalhando diariamente para alcançar novas metas e oferecer uma experiência cada vez mais interessante e produtiva aos nossos consumidores”, finaliza o empresário.
Em entrevista ao IstoÉ Sua História, Guilherme Prestes compartilhou em detalhes o início da sua vida profissional e como conseguiu transformar a SIGE Cloud em uma empresa relevante no mercado de gestão empresarial. Confira a conversa na íntegra: