A necessidade de aprender um segundo idioma está presente em diversas áreas. Esse conhecimento abre oportunidades de intercâmbios no exterior, amplia o leque de oportunidades de colocações no mercado de trabalho e facilita a comunicação em viagens internacionais. Criadora de um método original para o ensino de línguas estrangeiras, a professora Emília Maria Fantinel fundou, em 2012, a MEF Learning – hoje MEF Idiomas – com uma abordagem original: o ensino por meio da comparação idiomática e da transferência vocabular, o que possibilita um aprendizado mais rápido e aprofundado.

Ela conta que iniciou sua carreira acadêmica em 1990, dando aulas de inglês em escolas regulares e, posteriormente, em uma instituição de ensino de idiomas. Esse percurso seria mantido até 2012, quando ela criou a MEF em Erechim (RS). “Desde que comecei a dar aulas, sempre fiquei angustiada com o fato de as pessoas terem de demorar tantos anos para aprender um idioma tão simples quanto o inglês.” Emília também tinha críticas quanto às abordagens e metodologias que prevaleciam nas escolas, que era mais voltada à repetição de palavras para aperfeiçoar sua pronúncia. “Isso levava o aluno a ficar muito angustiado e não conseguir reproduzir nada”, afirma.

Foi então que um pedido de duas professoras representou uma “virada de chave” para Emília. “Duas colegas iriam fazer uma prova de proficiência na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e necessitavam aprender inglês para a prova. Mas elas só dispunham de doze dias para se preparar. Aí eu pensei: como elas já são professoras de português, vou fazer uma comparação entre os idiomas e mostrar para elas o que é diferente. E deu certo! Foi então que eu pensei que esta seria uma nova abordagem para o ensino de idiomas”, relembra.

Segundo a professora, na época o marido de uma delas administrava uma empresa de engenharia com projetos no exterior – e seus profissionais também tinham a necessidade de aulas que possibilitassem o aprendizado do inglês em pouco tempo. “Assim, em 2003 eu comecei a desenvolver o material de inglês para aulas. E aí surgiu a abordagem MEF, de comparação de línguas, para o ensino da língua inglesa, e a produção de material didático específico.”

Rapidez e fluência

A abordagem desenvolvida por Emília para o ensino de inglês – depois estendido para outros idiomas – baseia-se na transferência do conhecimento que os alunos têm em sua língua nativa para outras, explorando as similaridades do português com o inglês ou com idiomas neolatinos, como italiano, francês e espanhol. “Ao estudar várias abordagens de ensino, e percebendo como se dá o processo de aprendizagem do aluno, estudando o latim e a formação de línguas a partir dele, cheguei à conclusão de que poderia estender a metodologia também para outros idiomas: italiano, francês e espanhol.”

Segundo a professora, esta abordagem possibilita o aprendizado em um tempo mais curto, e um nível maior de aprofundamento na língua. Ela conta que, antes de iniciar o curso da MEF, o aluno passa por um processo inicial, no qual ele tem contato com as estruturas da língua que vai aprender, a fim de que possa ver como se forma uma frase, e determinar o que é igual ao seu idioma nativo. “Assim o aluno começa o curso com um vocabulário que ele nem imaginava que tinha, por meio da transferência, e daí inicia o aprendizado com o material didático específico da língua que quer aprender”, conta.

A professora acrescenta que a MEF também é uma importante ferramenta para o ensino de português para estrangeiros. Segundo ela, já passaram pelo método executivos de empresas como Netflix e Google, entre outros. Da mesma forma, as franquias MEF oferecem o ensino de português, inglês, espanhol, italiano e francês para provas de proficiência de universidades brasileiras. Ela afirma que, com apenas dez horas de preparação, a rede mantém 100% de aprovação de seus alunos.

Além do rápido aprendizado de um idioma, outra vantagem apontada por Emília é o fato de que essa abordagem não se baseia na repetição de fórmulas, como no ensino tradicional. “Quando o aluno faz essa transferência ele fica independente. A partir do momento em que ele tem seu próprio vocabulário, ele passa a formar as frases do jeito que quiser, não precisa depender de ter ouvido aquela sentença. Em uma situação comunicativa, o falante tem que ser independente. Nossos alunos conseguem ser fluentes de uma forma mais rápida por causa dessa liberdade”, afirma.

Apoio ao aluno

O desenvolvimento da nova abordagem, a partir de 2003, foi acompanhado da criação de métodos e material didático que pudesse servir de apoio aos alunos – inicialmente voltado para o ensino do inglês. Emília conta que, no início, utilizava apostilas provisórias, mas com o tempo foi profissionalizando o processo de construção do material, que hoje inclui também os demais idiomas francês, italiano e espanhol. Todo o material da MEF já foi criado em versões tanto físicas quanto virtuais – o que foi um fator essencial para o trabalho dos franqueados durante a pandemia da Covid-19.

Como a MEF Idiomas é voltada para alunos de diversas faixas etárias, foi também desenvolvido um material didático específico para crianças dos três aos cinco anos, e dos seis aos doze anos. “Quando o aluno tem doze anos, ele ingressa na abordagem de comparação de línguas: assim vai ao curso voltado a adolescentes, partindo daí para a conversação avançada. “As crianças aprendem super-rápido, por meio de atividades práticas – se apresentando, falando sobre si e sua família, e daí por diante, aprendendo vocabulários específicos”, conta. Ela acrescenta que cada livro didático tem um objetivo de aprendizado específico que é trabalhado de acordo com o desenvolvimento cognitivo, e exemplifica com o ensino de números. “A criança vai aprender a fazer contas, atribuindo um valor aos números, ao invés de apenas decorá-los na nova língua.”

Pessoas de qualquer idade podem aprender uma nova língua com a MEF, que recentemente criou um programa específico para pessoas com 60 anos de idade ou mais. “São aquelas pessoas que estão em casa, com dinheiro, tempo, e que podem sair, socializar, viajar. Além disso, inúmeros estudos provam que o aprendizado de uma segunda língua previne doenças associadas ao envelhecimento, como o Alzheimer”, afirma Emília, acrescentando que esse público surpreendeu por mostrar uma adesão expressiva ao formato de aulas online.

Momento atual

A MEF atua como franqueadora desde 2019 e conta com franquias nas cidades gaúchas de Erechim, Barão de Cotegipe, Jacutinga e Três Arroios, além de São Paulo. “A MEF oferece para o franqueado várias vantagens, como assessoramento para treinar professores e montar a estrutura da escola, por exemplo. Ele pode atuar nos modelos escola, coworking ou home based, fazer parcerias com escolas de ensino regular vendendo cursos e materiais didáticos, além de vender novas franquias”, afirma Emília. Além disso, a franqueadora está atualmente passando por um processo de rebranding – anteriormente conhecida como MEF Learning, ela passa agora a utilizar o nome MEF Idiomas, a fim de que seu nome reflita o fato de que outros idiomas além do inglês são ensinados na rede de franquias.

Outra iniciativa recente é a busca de parcerias com escolas, tanto da rede pública quanto privada. “Já tivemos parceria com a escola Marista e com prefeituras. A de Jacutinga, por exemplo, está oferecendo o nosso curso de italiano dentro da sua grade curricular para todos os alunos do primeiro ao quinto ano. Nós prestamos toda a assistência para o professor que dá as aulas, e também disponibilizamos todo o nosso material – tanto físico quanto virtual. As aulas já vêm prontas”, explica.

No próximo ano, adianta, será oferecido um curso de formação para professores que queiram atuar em escolas de idiomas ou de ensino bilíngue, e que tenham formação em licenciatura mas não em Letras. Além disso, a MEF Idiomas se prepara para lançar livros não didáticos em outros idiomas, a fim de que os alunos tenham acesso à literatura redigida nas línguas que estão aprendendo. A professora conta que essa iniciativa partiu da percepção de que há pouca oferta deste tipo de material. “Para você aprender um idioma, você tem que ler; e assim que se assimila as estruturas gramaticais, se aprimora o vocabulário”, avalia. “Nosso projeto, a ser lançado em janeiro de 2025, prevê a oferta de livros de historinhas para crianças a partir dos três anos de idade até adolescentes, em todos os idiomas trabalhados na rede MEF, para que eles possam aprender uma outra língua também por meio da leitura.”

Em entrevista ao IstoÉ Sua História, Emília Maria Fantinel fala um pouco sobre a MEF Idiomas, sua abordagem e métodos para o ensino de línguas e os planos da franqueadora para o próximo ano. Confira o papo na íntegra:

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