O Brasil ocupa a terceira posição no ranking global de faturamento no segmento pet. Fechou o ano de 2023 com faturamento de R$46 bilhões e tem previsão de crescimento de mais de 10% ao ano para os próximos anos, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). Mais de 45% dos lares brasileiros têm pelo menos um animal de estimação, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Pensando nesse mercado que apenas cresce, a empresária Ana Luiza Russo transformou sua paixão pelos bichos em um negócio inovador: a Villa Ayê, uma pousada boutique que se destaca por seu enfoque em hospedagem multiespécie, oferecendo uma experiência exclusiva tanto para pets quanto para seus tutores.

Apesar de se assumir “cachorreira” e apaixonada por animais, Ana Luiza nem sempre atuou nesse segmento. Formada pela ESPM em Publicidade e Propaganda, além de Administração de Empresas pelo Mackenzie, a empresária teve uma prolífica carreira em gestão. “Tive uma vida corporativa de 18 anos, sendo 10 anos fora do Brasil. Atuei em multinacionais e me especializei nas áreas de gestão empresarial e marketing digital”, conta. Depois de cultivar uma carreira bem-sucedida fora do país, Ana resolveu voltar para o Brasil, em 2014. “Quis me aposentar da vida corporativa. Como minha família é de Socorro, no interior de São Paulo, voltei para lá”, conta.

Em Socorro, a profissional observou o quanto a cidade havia evoluído no setor do turismo, o que fomentou uma vontade de empreender na cidade. “É um lugar de turismo de aventura, de ecoturismo, e muito ligado às questões de sustentabilidade, por isso quis investir”, recorda. Foi quando surgiu a ideia de criar uma pousada, que inicialmente era apenas “pet friendly”, ou seja, aceitava pets. “Eu sempre fui cachorreira, gateira, “bicheira’”, brinca. “Sei da dificuldade que é viajar com animais. Muitas vezes não tem onde deixar, muitos lugares não tratam tão bem, você quer ter certeza de que é seguro”, explica.

Com o novo empreendimento, iniciado em 2015, Ana se especializou em turismo pet, até que, na pandemia, realizou uma pivotagem do negócio, mudando o enfoque. “Não apenas aceitamos pets, não somos apenas pet friendly. Somos um estabelecimento feito para pets, eles são os nossos hóspedes principais e aceitamos os humanos que os acompanham”, define. “Nosso foco é na família multiespécie, não apenas cachorros. Tem muito lugar que só aceita cachorro, mas não aceita criança, por exemplo. Nós aceitamos toda a família: pets de qualquer tipo, raça e porte e humanos de todas as idades”, explica.

Adaptação é fundamental

A Villa Ayê é uma pousada boutique, com apenas 10 acomodações, muito bem equipadas e decoradas. Nas acomodações de luxo, por exemplo, há banheira de hidromassagem e roupa de cama de 500 fios e todas as acomodações contam com uma pequena cozinha equipada para que os tutores possam preparar as refeições dos pets que fazem alimentação natural. “Focamos no bem-estar, na segurança e no conforto dos nossos hóspedes pets e seus humanos”, afirma.

Em uma área de quase 2 mil metros quadrados, totalmente cercada e com portões anti-fuga, além das acomodações, ficam também as áreas de lazer dos pets e dos humanos. Tudo é pensado para proporcionar o máximo de segurança e conforto: o paisagismo sem plantas tóxicas para os bichos, às acomodações todas teladas, piscina pet tratada com ozônio para não dar alergia e em formato de rampa para facilitar a entrada e a saída dos pets, coletes salva-vidas de diversos tamanhos, área de banho pet, playground, bangalôs relaxantes, além de rampas nas camas, para os pets que dormem com os seus tutores. “A maioria dos nossos hóspedes são cachorros, em torno de 95%, de todas as raças e portes; cerca de 3% são gatos e os outros 2% são outras espécies, como coelhos, porquinhos da índia, iguanas, mini-pigs e hamsters. Estamos preparados para receber toda a família multiespécie e proporcionar muita diversão e conforto com muita segurança e bem-estar”, revela.

Todo o ambiente da pousada é de soltura, ou seja, os cachorros têm acesso a todas as áreas sem uso de guias. “Muitos pets são de apartamento e essa é a primeira vez que têm tanto espaço, e muitos fazem amizade, é muito bonitinho”, diz. No caso de outras espécies, como gatos, por exemplo, podem ficar soltos no quarto, ou andar pelas dependências com guia, como parte do protocolo de segurança.

Para garantir a segurança e bom convívio de todos, Ana Luiza explica que é necessário assinar um termo de responsabilidade, onde o humano entende sobre suas responsabilidades legais enquanto tutor e garante que o seu animal é sociável e amigável com outros animais e humanos. “Viajar com pet é muito legal e nós queremos que este movimento aumente cada vez mais e se espalhe Brasil afora, mas não é para qualquer bicho. Pets muito reativos e agressivos precisam passar por adestramento e socialização antes de começarem a viajar com seus tutores, para garantir o bom convívio e segurança de todos”, explica.

Para que a pousada seja adequada para famílias multiespécies é necessário treinamento de toda a equipe em comportamento animal, que é feito localmente. Toda a limpeza e lavanderia também são feitos internamente, seguindo protocolos de higienização e limpeza. “Queremos que quando hóspede entre na acomodação, sinta que é a primeira pessoa a usar aquele quarto. A manutenção é impecável, tudo é sempre novo, limpo, cheiroso e sem pelos”, explica.

Expansão nacional

Com o sucesso do empreendimento, a Villa Ayê passou o último ano se preparando para expandir a marca nacionalmente. Desde abril deste ano, a empresa disponibilizou a compra de franquias para o mercado. “Estamos completando três meses de lançamento da franquia e já temos mais de 60 candidatos a franqueados por todo o Brasil, desde Canoa Quebrada, passando por Maceió, Salvador, Búzios, Floripa, Gramado e várias no interior de São Paulo”, comemora.

A empresária conta que será lançado um serviço de fidelidade em todas as franquias, o que irá permitir que hóspedes se tornem membros de uma comunidade de tutores que viajam com seus animais. “Temos o estudo de geomarketing de todas as cidades com potencial turístico de ter uma Villa Ayê, ajudamos na escolha da cidade, na escolha do ponto, fazemos o projeto de fachada e de decoração interna, temos um sistema integrado de gestão financeira e motor de reservas”, conta. “É uma franquia com diversos serviços de apoio ao franqueado, muito completos e eficientes, além de ser muito lucrativa”, acrescenta.

“O segmento pet friendly permeia vários segmentos da economia, o público hoje trata o pet como membro da família e quer incluir o pet nas suas atividades do dia a dia, como ir ao mercado, ao restaurante, passear e não somente comprar ração e ir ao petshop”, explica. “Os empresários desses segmentos precisam acordar para essa realidade, o mercado precisa responder a essa procura”, diz. Ana Luiza, que faz parte da Comissão de Turismo Pet Friendly da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), fala como regulamentar esse segmento é importante. “Está crescendo e está sem regras e diretrizes. Então pequenos ajustes nos estabelecimentos que querem receber o público pet fazem toda a diferença. É preciso dar segurança e conforto. A norma da ABNT vai ajudar a dar os parâmetros mínimos que as empresas precisam seguir”, detalha. “Já o franqueado Villa Ayê possui capacitação específica tanto para si quanto para seus funcionários. O treinamento oferecido pela franqueadora é outro pilar de grande importância para o empreendimento e que o diferencia dos demais no mercado”, afirma.

A Villa Ayê também atua na área social, ajudando organizações que atuam no resgate de animais abandonados. “A cada pet que se hospeda conosco, colocamos 10 reais para uma causa animal local. Não é apenas sobre os nossos pets, temos que cuidar desse movimento como um todo”, diz.

Em entrevista ao Istoé Sua História, Ana Luiza Russo fala mais sobre a pousada, a franquia, o segmento pet e planos para o futuro. Confira:

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