Um dos grandes problemas de quem dirige veículos, especialmente nos grandes centros urbanos, é a exposição a penalidades de trânsito indevidas. Muitas vezes, por erros no registro da placa ou em uma abordagem equivocada, entre outros fatores, motoristas são punidos por infrações que não foram cometidas – e o caminho, nesses casos, é buscar recorrer das multas. O advogado e empreendedor Carlos Alberto Coloca Jr. decidiu investir nessa área, defendendo os direitos dos condutores junto aos órgãos de trânsito. 

Formado pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ele conta que iniciou sua trajetória profissional trabalhando na área jurídica de grandes empresas, como a B3 [antiga BM&F Bovespa], na qual teve seu primeiro contato com o Direito Administrativo, e na JBS. Nesta última, ele era bem remunerado, tinha reconhecimento e gostava do trabalho – mas começou a perceber que teria potencial de fazer mais em um negócio próprio. 

“Minha passagem pela JBS inclusive foi breve. Com pouco tempo trabalhando lá, descobri o quanto eu conseguiria produzir com um alto nível de qualidade. E um dia eu perguntei para o meu superior qual seria o preço do meu serviço se terceirizássemos para um escritório ou outro profissional de fora da empresa. Quando eu soube o valor de cada um dos trabalhos que eu fazia, algo dentro de mim estalou. Acho que muita gente que empreende acaba tendo esse despertar em algum momento. E foi naquele momento que eu pensei que seria bastante vantajoso se eu conseguisse trazer uma fração dessa quantidade de trabalhos que eu desenvolvia na JBS para uma empresa própria”, lembra.

Foi então que ele decidiu investir no Direito de Trânsito, área do Direito Administrativo que trata das relações jurídicas de atividades relacionadas aos transportes em geral, além da mobilidade urbana e as condutas estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). “Era uma área que me permitiria trabalhar com uma grande quantidade de casos, por ter muita demanda – e o mercado é extremamente defasado em termos de oferta de empresas que prestam esse tipo de serviço.”

Defesa de direitos

O advogado explica que o exercício do direito dos cidadãos em contestar eventuais penalidades de trânsito é garantido pela Constituição Federal e por legislações específicas, incluindo o CTB. “Ao longo do tempo eu acabei desenvolvendo uma metodologia de trabalho que era escalável. Eu consigo atender hoje a muitos clientes de qualquer lugar do país – nosso foco de atuação é mais voltado para São Paulo por conta da alta demanda, mas não são raros os clientes de outros estados. 

Ele ressalta que, a princípio, qualquer pessoa pode contestar multas indevidas, sem a necessidade de contratar um profissional. No entanto, os resultados positivos são muito mais difíceis de se obter do que seriam com o auxílio de um profissional especializado em Direito de Trânsito. “Trata-se de um conhecimento técnico específico. O exemplo que costumo dar é o de um conserto no motor de um carro. Qualquer pessoa pode tentar consertá-lo; mas as chances de resolver o problema são maiores se um mecânico cuidar do assunto”, pondera. Ele explica ser necessário ainda o conhecimento das diversas vias pelas quais o caso pode ser analisado – pelo próprio Departamento de Trânsito (Detran) ou por instâncias superiores, como a Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari) ou o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran).

Quebrando a barreira do preconceito

A alta demanda por serviços de contestação de penalidades de trânsito fez surgir uma grande quantidade de profissionais que prometem resolver o problema mas acabam se revelando golpistas – o que prejudica a percepção do Direito de Trânsito pela sociedade em geral.  “Há muito preconceito por parte das pessoas a respeito dessa área em razão do grande número de maus profissionais que prometem resolver os problemas dos clientes e, na realidade, não prestam serviço nenhum”, afirma, acrescentando que sua empresa, a C&G Assessoria Administrativa, busca desmistificar essa atividade por meio de um serviço profissional e transparente. 

“Isso depende muito da qualidade do atendimento. Explicamos para as pessoas que, para obtermos um bom resultado no processo de recorrer de uma multa, precisamos que o cliente forneça todas as informações do caso, a fim de que possamos identificar se houve algum erro de abordagem ou processual, por exemplo. Tendo as informações completas por parte do cliente, é possível desenvolvermos um trabalho personalizado e eficaz e conseguir um bom julgamento do caso.”

Novo desafio

Em seus cinco anos de atividades, a C&G Assessoria Administrativa tem conquistado espaço no mercado. Mas a veia empreendedora de Coloca Jr. não se limita à sua bem-sucedida trajetória no Direito de Trânsito.  Há alguns anos ele decidiu ingressar em uma empreitada que, à primeira vista, não tem qualquer similaridade com sua atividade principal. “Quando a C&G começou a se expandir, eu pensei que seria interessante dispor de uma segunda empresa, com um foco diferente, para diversificar minha atuação. Na época eu era cliente de uma pizzaria na Vila São José [na zona sul de São Paulo], e via nela muito potencial de crescimento. E pensei que, se fossem implementadas melhorias, automações etc., ela poderia ser dez vezes maior. Então, passada a pandemia, eu comprei a pizzaria”, conta.

Para levar adiante o negócio, o empreendedor teve de vender um carro de estimação que possuía, um Chevette antigo. Feito o negócio, começaram as mudanças. “Antes, a pizzaria era uma piada no bairro. Então, eu fiz esse investimento, e dois anos depois somos uma das pizzarias de referência na região. Conquistamos cinco prêmios em três anos seguidos, de 2022 a 2024, por produzir a melhor pizza, ter o melhor serviço de delivery, e ser a pizza mais recomendada”, afirma, acrescentando que o estabelecimento mudou recentemente de nome – deixando de ter o nome do antigo dono e passando a se chamar Pizzaria Toscana.

Este sucesso, na avaliação de Coloca Jr., se deve à experiência adquirida ao longo dos anos de lidar com pessoas, perceber suas necessidades e enxergar pontos que podem ser alterados de forma a aprimorar a experiência dos clientes. Mas também está ligado à valorização da equipe que trabalha na pizzaria.  “O maior resultado que eu tive nesse período foi ver os meus colaboradores crescendo junto com a empresa”, avalia.

Em entrevista ao IstoÉ – Sua História, Carlos Alberto Coloca Jr. fala sobre sua trajetória de empreendedorismo. Confira o papo na íntegra:

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