Foi-se o tempo que cirurgias plásticas eram direcionadas apenas ao público feminino. Na última década, o Brasil se tornou sinônimo de intervenções estéticas e ocupa o segundo lugar no ranking de países que mais fazem operações do tipo do mundo, perdendo apenas para os EUA, de acordo com dados de 2023 da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (International Society of Aesthetic Plastic Surgery, ISAPS). Em um cenário em que o número de homens que também buscam pelo bem-estar e autoestima apenas cresce, a cirurgia capilar, voltada para o público que sofre de calvície, também cresceu. Nesse contexto, o cirurgião Rodrigo Honorato, fundador da clínica Dr. Rodrigo Honorato, que tem sede em Resende, no interior do Rio de Janeiro, se tornou referência no campo da restauração capilar e nas inovações tecnológicas para combater a queda de cabelo.

Rodrigo é formado em cirurgia geral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em cirurgia plástica pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA-RJ), além de ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Sua especialização em transplante capilar foi realizada em Orlando, EUA, além de ter aprendido novas técnicas de transplante capilar em Firenze, na Itália. “O gosto pela medicina veio de meu pai, que também era médico. Acompanhei os passos dele”, conta. Rodrigo conta que o nível de meticulosidade desse tipo de cirurgia foi algo que chamou sua atenção. “Comecei a ter gosto pela cirurgia capilar pois envolve tanta coisa delicadinha, um pouquinho artesanal, é bem bacana”, diz.

Depois de adquirir expertise e anos de experiência no campo, Rodrigo abriu sua clínica junto de outros profissionais, há quatro anos. “Percebemos que o interesse nesse tratamento cresceu muito. O nosso grande diferencial é que oferecemos um tratamento completo apenas em um local. Hoje, o paciente faz a cirurgia de transplante de capilar, e é acompanhado durante um ano. Ou seja, durante um ano vai estar indo na clínica para fazer tratamento, um acompanhamento, até para que ele tenha realmente o resultado desejado, o melhor resultado possível”, detalha.

O médico explica que, antigamente, as coisas eram mais complicadas, porque os pacientes, na sua maioria homens, não faziam o acompanhamento pós-cirurgia necessário, principalmente porque cada etapa era feita em clínicas ou hospitais diferentes. “O fato de você conseguir concentrar todo o tratamento necessário em um local faz toda a diferença. Sempre explico para meus pacientes que, depois de operar, eles devem fazer esse acompanhamento para ter um resultado que de fato vão gostar”, relata. “A calvície é uma doença que você sempre estará tratando, principalmente no primeiro ano após a cirurgia”, diz.

Como é o tratamento

A técnica mais usada na atualidade é a FUE (Folicular Unit Extration, ou, extração da unidade folicular, em tradução livre), que consiste em implantar fio a fio, de forma minuciosa. “Usamos essa técnica em que pode ser extraído pelos de outras áreas do corpo. Quando a calvície já está avançada, o paciente não tem muita área doadora, aquela área da cabeça que pode doar cabelo, então usamos outras, como doação da área da barba, doação da área do tórax, até mesmo da perna, como a coxa, ou seja, você consegue lançar mão de uma série de artifícios para poder tratar essa doença”, explica o médico, que diz que existem máquinas específicas para a extração desses pelos de outras áreas do corpo do paciente. 

O avanço tecnológico também permite que a cirurgia resulte em uma aparência mais autêntica, diferente do “cabelo de boneca”, como era conhecido o resultado artificial de antigamente. “Hoje em dia é bem mais natural, parece cabelo de uma pessoa que sempre teve muito. Talvez a cirurgia de transplante capilar tenha sido a que mais evoluiu nos últimos cinco, seis anos. Antes, os resultados eram muito estigmatizados, realmente não ficava muito bacana. Agora, com advento de técnicas de microcirurgia, material mais delicado, não é perceptível”, explica. 

Rodrigo conta que, por causa da pandemia de  covid, muitos pacientes, tanto homens quanto mulheres, experienciaram perda capilar como efeito colateral da doença. Segundo informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a queda de cabelo aparece entre os cinco sintomas mais relatados por pacientes após a recuperação da covid-19. “Não só pelo trauma da própria doença, mas pelo trauma da situação da pandemia”, explica Rodrigo. 

O acesso a esse tipo de tratamento também ficou mais facilitado, e com preços mais atraentes. Tanto que as viagens a outros países para realizar a cirurgia, como era comum, ficaram mais escassas. “No começo, teve muito disso, principalmente na Turquia, porque lá é considerado um procedimento estético, e não uma cirurgia que tem que ser feita por um médico. Isso começou a criar um “black market” muito ruim. Muitos pacientes iam fazer a cirurgia e voltavam com resultados desastrosos”, lamenta.

Apesar da delicadeza do procedimento, o pós-cirúrgico é rápido e o paciente retorna em poucos dias para suas atividades normais. “Em torno de uma semana já pode fazer atividade física, retornar ao trabalho, etc. A gente só pede o cuidado necessário, como a primeira lavagem de cabelo, feita na clínica, além de medicações que ele precisa tomar. Mas não é algo difícil”, diz. “O mais difícil é a ansiedade em ver o resultado, que começa a aparecer em torno de seis meses, mas o resultado final é apenas em um ano”, afirma.

Além da cirurgia capilar, a clínica também realiza transplante de sobrancelha, que tem tido uma grande procura, segundo Rodrigo, além de rinoplastia, mamoplastia e lipoaspiração de alta definição. Perguntado sobre as dificuldades em ser médico e, ao mesmo tempo, empreendedor, Rodrigo é entusiástico. “Você não consegue fazer tudo sozinho. Sempre precisamos ter com a gente uma gama de pessoas que atuam em outros ramos, como divulgação, gestão de pessoas, etc. A parte técnica acabou ficando comigo, faço a maior parte das cirurgias da clínica. Mas, tenho uma equipe de marketing, administração, minha esposa é formada em marketing e é meu braço direito”, conta. 

A clínica conta com nove funcionários atualmente, e outra unidade em Volta Redonda, no interior do Rio de Janeiro. “Agora estamos pensando em aumentar por conta das demandas de transplante. Outra coisa interessante é que começamos a receber muito mais o público feminino, e agora teremos salas separadas para os dois gêneros, o que facilitará muito os atendimentos”, diz. 

Em entrevista ao IstoÉ – Sua História, Rodrigo Honorato fala sobre o segmento, cirurgia de transplante de sobrancelha, novidades do segmento, entre outros. Confira:

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