Qual é o papel da escola durante a infância? A educadora Katja Sorger queria que a filha caçula, de quatro anos, tivesse acesso a um ensino bilíngue de qualidade no Brasil, depois de passar uma temporada morando na Austrália. Diante disso, ela decidiu criar a primeira escola de formação infantil bilíngue, localizada na Zona Leste de São Paulo.

Com apenas três alunos em sala de aula, Katja passou a ensinar a filha e mais duas crianças a partir de uma metodologia própria, que unia o desenvolvimento educacional atrelado ao respeito à infância: “Nós éramos uma escola de educação infantil que preparava os alunos para outras instituições, ou seja, eu ensinava eles a falar e a entender o inglês através de técnicas por meio de conexões com imagens e sons.”

Em pouco tempo a educadora conquistou o bairro e a grande São Paulo. “A escola foi fundada na antiga casa da minha sogra, eu reformei todo o espaço para atender melhor os estudantes. Meus filhos mais velhos estudavam em colégios internacionais na cidade e eu queria que a Tabytha também acompanhasse o ensino”, explica a pedagoga.

Katja escolheu nomear a instituição como Kindy Kids, abreviação da palavra australiana Kindergarten, usada para definir o período durante a pré-escola. “Começamos em 1998, quando mal existiam escolas bilíngues no Brasil, quem dirá na Zona Leste, onde não era um lugar de estrangeiros, no tempo que eu morei fora, também dei aulas e consegui absorver muitas técnicas em grupo e aperfeiçoá-las”, relembra.

Ambiente imersivo

A evolução e o desempenho entre os alunos conquistou a admiração e o respeito dos pais, que impulsionaram o desenvolvimento e a ampliação da escola. 

“Eu criei um carinho muito grande por cada aluno, acompanhei o crescimento de cada criança e depois de muitos pedidos, acabei cedendo e abri o fundamental II”, conta a educadora. 

A mudança impactou na troca de nome da instituição, que agora é conhecida como Kindy International School. 

Com um sistema educacional feito exclusivamente para atender crianças a partir dos 18 meses até os 15 anos, Katja esclarece que a Kindy tem o objetivo formar cidadãos para o mundo: “Quando você é autônomo em outro idioma, você pode tirar dúvidas, pode questionar, pode argumentar. Isso te dá força e segurança para conquistar e participar muito mais”.

Incentivo ao bilinguismo 

Estimular o aprendizado de crianças em uma segunda língua fez com que a Kindy se destacasse na capital paulista e ajudasse a estruturar a Organização das Escolas Bilíngues (OEBI), a associação é formada pelas melhores instituições com o ensino bilíngue do País.

Resultado do trabalho pioneiro de bilinguismo que a educadora começou há quase 30 anos. E em 2018, ganhou um reforço com a liderança administrativa e criativa do diretor Kevin Sorger.    

Filho da pedagoga, Kevin cresceu acompanhando o carinho, a disciplina e a dedicação da mãe com a instituição e os alunos. “Ela é uma das figuras mais importantes do bilinguismo no Brasil, mas estava sobrecarregada, então decidi entrar e tirar tudo que não tinha relação direta com as crianças para que ela pudesse continuar desempenhando o papel de pedagogia,” afirma ele, que além de diretor administrador também é o presidente da OEBI.

A participação de Kevin na administração da Kindy logo refletiu na valorização do ensino bilíngue dos estudantes. Formado nos Estados Unidos, o diretor conta que a escola realiza parceria com instituições internacionais e investe em projetos globais. 

“A gente trabalha os 17 objetivos sustentáveis da ONU na escola, mas, recentemente, iniciamos um programa que reúne crianças de 50 países em prol de um único objetivo definido pela organização”, conta.

A ação multicultural acontece uma vez na semana, através de encontros onlines e presenciais. “A grande maioria dos participantes não têm o inglês como primeira língua, mas existe uma fluência do idioma entre todas as crianças que estão participando,” destaca o diretor que ainda reforça: “Os alunos da Kindy também participam de atividades fora do país. Inglaterra, Canadá, Estados Unidos são alguns dos lugares das competições escolares”. 

As disputas entre escolas acontecem para incentivar os diferentes estudantes a se conhecerem e a trocarem experiências. Um modelo de ensino interativo e atrativo, como explica Kevin: “A última competição foi no Parque da Disney World, em Orlando, e a Kindy garantiu o segundo lugar no pódio. Uma exposição cultural incrível.” 

Respeito à infância

De volta à sala de aula, a educadora e o diretor administrativo reforçam a importância da valorização da infância, incentivando a vivência da fase também na escola.   

“Eu acredito muito que a criança tem que se sentir pertencia ao lugar. A hora que ela souber que precisa cuidar daquele espaço porque também é dela, você conquistou qualquer criança”, afirma Katja. 

Para Kevin, a Kindy ainda é uma extensão da casa da avó, um local  feito para ensinar com atenção, carinho e inclusão. 

“A gente quer que a criança venha feliz, porque ela sabe que vai ser bem recebida por adultos que querem o bem dela. Então trabalhamos para trazer cada vez mais as famílias para dentro da escola”, diz.

Com estímulos diários, a Kindy realiza um trabalho em equipe para manter o ambiente seguro e receptivo para todos os alunos.  

“Nós queremos tentar manter as crianças como crianças o máximo possível, porque o legal é ser criança. E a Kindy têm uma relação muito próxima com os alunos, o que ajuda nessa realidade”, detalha Kevin.

Como escolher uma escola de ensino bilíngue?

Nos últimos anos, o Brasil apresentou um avanço no número de escolas bilíngues no país. Dados da OEBI apontam que cerca de 800 instituições de ensino bilíngue no território nacional pertencem a grandes franquias. 

De acordo com o Kevin, presidente da organização, o que faz uma escola ser bilíngue é ter as disciplinas ministradas na língua nativa e também em outro idioma. 

“Vai ter inglês, literatura em inglês, matemática e ciências. Tem escolas que colocam mais matérias do que outras, mas essas geralmente são as disciplinas escolhidas”, comenta.

Outro ponto importante que o presidente explica é a quantidade de horas que o estudante precisa ter acesso ao ensino bilíngue: “Independente da carga horária, na Kindy, por exemplo, é 100% de bilinguismo, um período bem mais alto do que o Governo exige que é de 50% para o núcleo infantil, enquanto a OEBI exige 75%”.

Por ser uma empresa familiar, a estrutura e a gestão da Kindy é definida por um grupo seleto de integrantes.

“Quem acaba tomando as decisões é a minha mãe, eu e a nossa diretora. Porque a gente consegue analisar como os alunos estão absorvendo cada conteúdo e avaliar o impacto de cada mudança no aprendizado deles, diferente das escolas franqueadas que seguem um sistema”,  declara Kevin.

A educadora garante que o ensino bilíngue da Kindy evoluiu ao longo dos anos também com o apoio dos alunos: “Hoje a gente investe na individualização das crianças, porque acredita que esse é o futuro. Temos salas menores, com um número reduzido de crianças para ter um olhar para cada uma”. 

A Kindy International School fica localizada na Rua Canuto Abreu, n 45, Jardim Anália Franco, Zona Leste de São Paulo.  Mais informações, você encontra no site da instituição www.kindy.com.br 

Em entrevista a IstoÉ – Sua História, os diretores da Kindy Katja Sorger e Kevin Sorger falam o porquê fundaram a primeira escola de formação infantil bilíngue, na Zona Leste de São Paulo. Confira a conversa completa:

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