Como construir um negócio jurídico de sucesso? O maranhense Luiz Henrique Teixeira encontrou a resposta para essa pergunta. Advogado há 34 anos, ele criou a própria marca investindo em atendimentos para nichos de mercados diferentes. 

Dono de um escritório com mais de 20 mil clientes, ele quer incentivar agora outros profissionais da área a conquistar espaço e relevância através de uma mentoria feita para trazer novas possibilidades e uma visão empreendedora. 

O advogado também está lançando uma autobiografia para contar a história da sua vida intercalada com a carreira: Da Desilusão Precoce ao Oceano Azul, com data de lançamento para o dia 20 de junho, em formato digital e 29 de julho, em formato físico, pelo Clube dos Autores, disponível em várias livrarias do Brasil. “No primeiro instante, todo advogado sente dificuldade em advogar, exceto aqueles que já têm uma estrutura familiar no direito, mas os outros sentem. O que pode causar muita desilusão”, afirma o advogado.

Luiz reconhece o sentimento de decepção porque passou por uma fase difícil no início da carreira. O advogado recorda que a frustração começou a partir do momento que ele passou no curso de direito: “Eu não gostava, a minha mente funciona de forma diferente, não pensava como os colegas de classe.” 

Luiz tinha o sonho de ser engenheiro e aos 19 anos conquistou duas vagas em dois cursos da área, nas universidades públicas de São Luiz do Maranhão, mas precisou trancar as matrículas depois do nascimento do primeiro filho. “Naquela época não existiam faculdades particulares, eu passei nos vestibulares e estudava, ao mesmo tempo, de manhã e à tarde nos cursos de engenharias, mas por um acaso do destino, eu precisei abandonar e prestei de novo o vestibular, mas para um outro curso à noite, que era de direito”, afirma. 

A nova profissão exigia ânimo e especialmente dedicação do advogado, que relembra os métodos de estudo: “Mesmo não gostando, eu me esforçava, porque no direito você precisa aprender a criar teses e não encontrar as respostas certas”. 

Aluno aplicado e inteligente, Luiz conquistou destaque dentro e fora das salas de aula: “Eu encontrei mestres na faculdade que influenciaram muito a minha vida e que se tornaram verdadeiros paradigmas.” 

Quem é Luiz Henrique Teixeira?

Descendente de negros com índigenas, Luiz nasceu em São Luiz do Maranhão e cresceu na companhia do pai, que era funcionário público, da mãe, que era radialista e ao lado do único irmão, que hoje é militar. Pessoas que representam para ele um papel muito importante no seu desenvolvimento profissional e pessoal. 

“Eu era funcionário público no Departamento Nacional de Estrada de Rodagem, ganhava em torno de R$ 400 e precisava me virar. Mas depois de formado, eu fui trabalhar na Caixa Econômica Federal e me senti contrariado por ter passado cinco anos estudando e ainda não atuar na área”, revela Luiz. 

Nesse momento, os pais do advogado decidiram ajudá-lo a encontrar uma chance no mercado jurídico: “Meu pai alugou uma sala, minha mãe me deu uma máquina de escrever e eu comecei a trabalhar sozinho, sem apoio e sem ninguém da família envolvido no direito”. 

O início desafiador inspirou o advogado a buscar oportunidades de negócio. Luiz comenta que não era fácil lidar com um sistema lento e processos de papéis: “No Maranhão não havia centralização da atividade jurídica, o fórum foi inaugurado anos depois, os cartórios eram dispersos na cidade”. 

Mas com o tempo, ele foi ganhando a confiança dos maranhenses e atuando em diferentes casos. “Eu decidi trabalhar com nichos – que são pequenos mercados conceituais, porém gigantes no ponto de vista de demanda, o que foi uma grande virada de página na minha carreira”, diz.

Criador de teses inovadoras 

Luiz trabalhou para três bancos nacionais antes de ser advogado de dez sindicatos e de duas prefeituras no Maranhão. Mas foi defendendo o Sindicato dos Professores e o Sindicato dos Metalúrgicos que ele conseguiu fixar o seu nome nos tribunais brasileiros. 

“A minha primeira leading case foi aos 32 anos. O caso era contra a Alumar, empresa consolidadora de energia elétrica do estado que não queria pagar adicional de periculosidade por risco elétrico aos funcionários, alegando que apenas unidades produtoras de energia elétrica deveriam fazer o pagamento”, conta o advogado. 

A ação ganhou força e repercussão nacional a partir do momento que Luiz conseguiu provar, através da sua tese, que a empresa oferecia risco equivalente ao de uma grande produtora de energia elétrica e que existia um risco de morte aos funcionários metalúrgicos: “Passou a ser lei no Brasil a ‘Tese de Risco Equivalente’, na qual é obrigatório o valor adicional de periculosidade para empresas geradoras do sistema elétrico de potência e também empresas consumidoras que tenham o risco equivalente.” 

Na sequência, o advogado assumiu duas ações coletivas em prol dos professores do Maranhão, um dos trabalhos mais importantes da sua carreira. “Naquele momento, eu passei a representar a educação pública, porque acredito que a remuneração dos professores também reflete no ensino”, destaca o advogado que ainda acrescenta: “o estatuto do magistério não estava sendo cumprido, com violações explícitas, o que significava a falta de pagamento dos profissionais.” 

Mais de 20 mil educadores foram beneficiados com a aprovação da tese escrita por Luiz: “Essa tese que eu escrevi foi vitoriosa e serviu de paradigma para o Brasil, com resultados até hoje”. 

Sem barreiras 

Durante as atividades com os sindicatos, Luiz fundou a marca HT Advogados para atender outras demandas das áreas do direito. Os escritórios estão localizados nas cidades de São Luiz do Maranhão, Teresina e Imperatriz, mas oferecem serviços para clientes em diferentes regiões do Brasil. 

“O direito hoje já não tem mais barreiras […] Hoje é possível fazer tudo online, sem presença física. Aquele advogado que mora no interior tem que ter a consciência que ele está no mercado nacional”, conta. 

Trabalho autoral 

Luiz mantém o hábito de analisar a sua trajetória profissional e avaliar todo o caminho que percorreu até aqui. Quando ele completou 30 anos, decidiu dar uma pausa no trabalho e passar três anos em período sabático.

“Os meus escritórios já estavam totalmente terceirizados, meu filho, minha nora e minha esposa são advogados, então eu já não estava atuando mais à frente, eu era como um CEO”, diz. 

Mas o tempo longe dos casos e das ações fez Luiz encontrar outro sentido na profissão: “O direito é a minha vida. Por isso comecei escrevendo um livro autobiográfico que conta exatamente o início da minha desilusão e o momento que eu entrei no oceano azul na profissão”. 

No livro, o advogado traça um panorama do mercado jurídico através de uma análise detalhada do setor: “O que pode servir, de uma certa forma, de luz para aqueles que querem empreender no direito. Porque o mundo jurídico para o advogado é um empreendimento”. 

Hoje, aos 34 anos de carreira, Luiz decidiu dar mais um novo passo e criou a sua primeira mentoria para impulsionar outros profissionais do direito a encontrar e a realizar um propósito na área. 

“Eu fui um jovem negro, de origem simples, que conseguiu alcancar o sucesso. E as pessoas esperam e às vezes até exigem que nós, afrodescendentes, tenhamos um padrão de excelência e em lugares melhores. A mentoria surgiu por conta disso, uma chance de mostrar que com foco e objetivo você pode chegar em qualquer lugar”, complementa.

Mais informações sobre a mentoria e o livro Da Desilusão Precoce Oceano Azul, você encontra nas redes sociais do advogado @drfalcaoadv 

Em entrevista ao IstoÉ – Sua História, Luiz Henrique Teixeira contou como ingressou no curso de direito e o que mudou na vida dele a partir desse momento. Confira a conversa na íntegra:

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