Em um contexto em que a vontade de explorar o mundo é quase uma aspiração universal, as barreiras financeiras frequentemente frustram os planos de viagem de muitos cidadãos. O desejo de conhecer novos lugares e culturas é quase unânime, porém a realidade econômica e as formas de pagamento dessas viagens, muitas vezes, limitam essa possibilidade. Pensando neste perfil de viajante, além de experiências próprias e expertise no segmento de turismo, Erik Cabral fundou a Viagem com Estilo, agência de turismo focada em oferecer pacotes de destinos internacionais com pagamento facilitado, como em boleto, por exemplo, e que também atua na programação e curadoria de lazer em viagens. Antes de fundar a empresa, Erik, no entanto, ganhou grande experiência no segmento, tanto como consultor como viajante.

O empresário é natural de Mogi das Cruzes, São Paulo, mas foi morar em Curitiba, capital do Paraná, ainda adolescente, com 15 anos. Sua entrada no segmento não foi necessariamente planejada, mas sim mais um daqueles golpes do destino. “O turismo caiu em minha vida. Eu não tinha passado em medicina em uma federal e estava cansado do cursinho, não aguentava mais aquela vida. Mas, eu não queria parar de estudar”, conta Erik. “Comecei a notar que existia algo sobre mim que não sabia, que era a vontade de viajar. E eu não tinha condição nenhuma na época”, explica.

Com um novo objetivo de vida, o de conhecer lugares do mundo sem gastar muito, Erik começou a pesquisar como poderia alcançar seu sonho e virou vendedor de pacotes de turismo. “A primeira coisa que eu pensei foi: ‘vou trabalhar com uma coisa que eu consiga viajar de graça. Não sabia como funcionava, mas eu achava que era assim”, relembra. Ele explica que, na época, em torno de 2005, o setor vivia um momento de transição para o mercado digital: “Conforme foram aumentando as inovações, existia uma resistência muito grande no mercado de turismo, principalmente em se atualizar”. Seu pensamento se voltou a essa nova forma de vender: em um mundo em que o e-commerce engatinhava, ir para o online era uma aposta arriscada, porém promissora. Contudo, sua primeira tentativa não deu certo e sua primeira empresa foi encerrada em pouco tempo. 

Com o foco redirecionado, Erik começou a crescer sua atuação como consultor de vendas em turismo e depois começou a gerenciar algumas agências. Em 2012, com o segmento mais amadurecido, voltou a vontade de criar uma proposta de empresa que facilitasse o acesso a viagens internacionais para as pessoas. “Essa era a minha realidade inicial, uma pessoa que não podia viajar, queria e não achava no mercado uma alternativa de fácil pagamento. Ou era à vista, o que era muito caro, ou você parcelava no cartão de crédito, o que também era difícil”, explana.

O empresário começou a levar sua ideia para seus gestores, mas logo sentiu a resistência que existe nesse tipo de abordagem. “Ninguém topava. Mas, existia uma quantidade de pessoas muito interessadas nisso. A opção de pagar à vista ou no cartão bloqueava a possibilidade de muita gente. A média de limite de cartão de crédito no Brasil é de R$1.500 reais. Esse é um dado do Banco Central. Nem todo mundo consegue financiar uma viagem de 15 mil reais no crédito. Sempre me perguntavam se não havia um jeito de fazer esse pagamento de outra forma”, diz. Diante disso, surgiu a ideia da Viagem com Estilo. 

Na vanguarda do segmento

Inicialmente, Erik começou a trabalhar com professoras, em viagens de estudo em  cursos no exterior. Depois, vieram interessados em viagens de lazer, e, posteriormente, a companhia decolou. “Hoje, a Viagem com Estilo é uma empresa que está no mercado para facilitar a viagem. Então, o nosso principal objetivo é dar uma alternativa para as pessoas “, diz. “Em sua grande maioria, nosso cliente vem para cá porque precisa de prazo de pagamento. E nós temos grupos de até 36 meses para pagar no boleto bancário”, completa. 

Um diferencial que também destaca a empresa no mercado é o fato de que o valor de câmbio inicial da compra é mantido ao longo do parcelamento, independente de quantas vezes o pagamento foi parcelado. “Do tipo de família que eu vim, do nível financeiro que eu venho, jamais faria uma viagem internacional. Então, fui o tipo de cliente que eu gostaria de atender agora. Comecei a fazer isso pensando principalmente em pessoas como eu, que tinha um sonho e achavam que esse sonho não aconteceria”, confessa.

A oferta de viagens facilitadas faz com que boa parte de sua clientela se tornasse recorrente. “Quando o cliente viaja, ele não tem nada para pagar na volta. Então, ele já compra outro pacote. Muitos clientes são anuais, bienais, ou até mesmo pessoas que viajam a cada três anos, porque precisa, desse prazo maior”, esclarece. Erik explica que sua base de clientes abrange pessoas das mais variadas faixas sociais. “Também temos aqueles de maior poder aquisitivo que viajam cinco vezes ao ano, por exemplo. Porque o boleto também facilita isso. A pessoa consegue pagar R$ 6.000, R$ 7.000, por exemplo, por mês de boleto. E não teria um cartão de crédito com 70, 80 mil reais de limite para fazer esse pagamento. Então, a gente tem desde a diarista que sonhava em conhecer a Europa, até empresários com empresas muito consolidadas e que querem levar a família para viajar junto e precisam principalmente do nosso apoio, porque os nossos grupos são acompanhados”, diz. 

Além da facilidade de pagamento, a empresa também atua como planejadora de viagens, suprindo a necessidade de pessoas que se sentem inseguras em conhecer países sem falar a língua nativa. “A pessoa pode ir com a gente, pode ficar com o grupo, ou se ela quiser fazer própria programação, também pode. Durante a viagem sempre tem alguém presente, eu ou meus parceiros, acompanhando o grupo”, frisa. Isso faz com que o público feminino seja uma parte considerada de sua base, justamente porque elas se sentem mais seguras em ter companhia para sair do Brasil. “Nosso público é composto por 85% de mulheres. Muitas clientes tem medo de estar sozinhas, porque sabemos que o mundo (não todos os lugares) pode ser difícil para viajar solo”, diz

Outro grande diferencial no mercado é que a Viagem com Estilo, apesar de trabalhar com pagamento em boleto, não faz consulta ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e nem ao Serasa, empresa de análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios. “Não temos nenhum tipo de restrição, a pessoa tem que estar com todos os boletos pagos até a viagem. Então, a nossa inadimplência é zero, porque se o cliente tiver algum tipo de débito, ele não embarca. Ele já embarca com tudo resolvido, além de voltar da viagem sem nada para pagar”, explica Erik. 

Segundo o empresário, o financiamento dos valores das viagens é próprio, e não feito por um banco, o que facilita qualquer imprevisto que possa acontecer com o cliente. “Temos muita flexibilidade. O cliente pode alterar o roteiro sem custo nenhum e nenhum tipo de multa, desde que seja feito seis meses antes do embarque. Então, se ele comprou um roteiro da Europa, por exemplo, e perdeu o emprego, ele pode jogar isso para o ano seguinte, ele não perde nada. Se o roteiro novo for mais caro, ele paga apenas a diferença. No mercado convencional, ele pagaria multa, teria perda financeira”, detalha. 

Isso faz com que pessoas das mais diversas classes sociais possam ter acesso a viagens, algo que é sonho para muita gente. “O trabalhador que ganha 3, 4 mil reais, que tem família, não pode dispor de muito dinheiro por mês para fazer uma viagem. O mercado tem que entender essa necessidade, o próprio sistema de financiamento poderia também ser um pouco mais flexível, os juros são muito altos. As empresas de turismo que operam com o cartão de crédito sofrem muito com isso”, argumenta. “O mercado está muito devagar nesse sentido”, diz. 

Tanta facilidade só é garantida com muita organização na pré-viagem. “Fazemos grupos para compra de moedas, se a pessoa quiser fazer um passeio extra, ou sair da programação estabelecida, ela tem total liberdade para explorar o local da sua forma, se quiser”, conta. “Fazemos reuniões online, porque temos clientes em todo o Brasil. Nesses encontros apresentamos os passeios e ingressos que podemos comprar juntos”, diz. O empresário afirma que os viajantes conseguem se organizar melhor financeiramente em relação a quanto dinheiro precisam ter disponível para a viagem, já que vão com tudo comprado. 

Segundo Erik, a Viagem com Estilo é a única empresa que funciona nesses moldes, e isso os consolidou no mercado. “Nossos passageiros acabam indicando para outras pessoas. Os grupos acabam lotando sempre com bastante antecedência”, comemora. “Ano passado, lotamos toda nossa agenda de 2024 em maio. Esse ano, a previsão é chegar entre maio e junho com todo nosso calendário de 2025 completo. E já temos uns cinco grupos de 2026 lotados”, enaltece. 

Erik mantém o grupo com em torno de 20 passageiros, e o número reduzido tem motivo. “A nossa ideia é que as pessoas se conheçam, que tenham uma conexão. Também temos grupos maiores, como de resorts, que já chegaram a 30 passageiros, porque o ambiente é fechado. Mas, aqueles que têm rota, que trocamos de cidades, aceitamos no máximo 20 pessoas. Temos trabalhado com números ainda menores, de 12 a 15 pessoas”, conta. 

Essa conexão entre os grupos de fato acontece, tanto que alguns clientes viajam juntos com frequência. “Muitas histórias de amizades se fizeram dentro dos grupos. Tem algumas clientes que viajam, dentro do Brasil, uma para a casa da outra, porque elas moram em estados diferentes e fazem visitas uma à outra. Os clientes também se chamam para ir nos próximos grupos”, diz Erik. “Quando lançamos uma viagem, mandamos primeiro para nossos clientes e depois abrimos para o público geral. Muitas vezes eles mesmos se organizam. Eu nunca sei quem vai, mas quando pego a lista, vejo que sempre tem uns quatro, cinco, que se conhecem”, conta. 

A empresa, que tem sede em Curitiba, possui atendimento exclusivamente online e oito vendedores na equipe. “Temos duas frentes de atendimento, que é a Viagem com Estilo, que engloba nossa parte mais formal, e temos também o grupo Eu Topo, que tem outra apresentação, outra pegada”, explica. “Temos uma equipe bastante forte e bem competente”, diz.

Em entrevista ao IstoÉ Sua História, Erik também fala sobre o setor, como a crise de confiança dos clientes após escândalos de fraudes nos últimos anos, por exemplo, além de planos para o futuro e detalhes da empresa. Confira:

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