O empresário e acadêmico Anderson Catapan tem uma trajetória marcada não apenas pela dedicação aos estudos, mas também por uma forte veia empreendedora que o levou a explorar diferentes áreas ao longo de sua vida. Após um sólido percurso como professor universitário, além de uma rica carreira acadêmica, fundou a Future Publishers Group, holding que gerencia um grupo de editoras profissionais, com o objetivo de administrar portais de periódicos, editoras de livros e ebooks, além de organizar congressos online de forma profissional.

Natural de Curitiba, Paraná, Anderson dedicou sua vida aos estudos e, mais de uma vez, se destacou por suas conquistas acadêmicas ainda muito jovem. “Na época da graduação, fiz duas de forma conjunta, engenharia elétrica e ciências contábeis. Fiz três pós-graduações, um mestrado em contabilidade e doutorado em administração, do qual fiz um estágio doutoral na Universidade do Porto, em Portugal”, detalha. O profissional teve seu diploma de doutor revalidado como Doctor in Business Administration pelo International Institute of Business Management Research Society and Technology, na Índia e fez seu primeiro pós-doutorado em gestão na Universidade de Fernando Pessoa, em Portugal. “Na época, eu tinha 27 anos e fui o pós-doutor mais jovem do país”, revela. O seu segundo pós-doutorado, mais recente, foi em Business Administration, na Florida Christian University, nos Estados Unidos. 

Apesar de seu extenso currículo acadêmico, Anderson também sempre teve uma forte inclinação empreendedora, tendo atuado nas áreas contábeis e de construção civil. A docência também é um capítulo à parte em sua vida, já que esteve em salas de aula por boa parte da carreira. “Atuei como professor da PUC do Paraná por cinco anos e também na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, de 2014 a 2022, como servidor público. Atuando em graduação, mestrado, doutorado, e no mestrado e doutorado, ainda continuo sendo professor colaborador”, relata.

Após sair da área pública, em 2022, resolveu se dedicar integralmente à Future Publishers Group, que foi fundada em 2015, como CEO. O surgimento da empresa se deu justamente por conta da experiência de Anderson com o universo da ciência no Brasil e no exterior. “A ideia de se criar uma empresa de publicações científicas surgiu de uma dificuldade própria, de uma lacuna que observei”, conta. “Sempre tive vontade de lecionar em uma Universidade Federal, de ser professor, servidor público, tanto de mestrado quanto de doutorado. E, para isso, um dos principais requisitos é publicar os resultados das suas pesquisas. Isso, no Brasil, é uma dificuldade. Até 2016, todas as revistas eram vinculadas a universidades e faculdades. Então, para eu publicar um artigo científico, precisava mandar para uma revista, no qual seria avaliado e, depois de um tempo geralmente longo, teria uma devolutiva, se seria ou não publicado”, explica.

Anderson explica que essa demora é um dos maiores entraves do segmento, e que impede avanços importantíssimos na ciência. A falta de celeridade na publicação dos artigos se dá pelo excesso de produção e escassez de avaliadores. “Fui editor de uma revista na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e a equipe da revista era eu e eu, por pouco tempo tive um estagiário. E era uma revista boa, qualificada, e recebia muitos artigos, às vezes, dezenas por dia. E eu, sendo professor da graduação, professor do mestrado, professor do doutorado, participando de diversas comissões e sendo editor de uma revista, tinha uma demanda muito grande de trabalho e isso acabava ficando de lado”, afirma.

Anderson conta que, na época ainda como aluno do doutorado, para suprir essa sua necessidade de publicações para construir um bom curriculum, começou a publicar em editoras internacionais, com editores profissionais pagos que trabalham exclusivamente para esse fim, e conseguiam publicar de forma mais célere. “Eles cobram em dólar, e a conversão para real não é barata. Então, investi boa quantidade de dinheiro para isso”, explana. “Percebi a possibilidade de repetir esse modelo de negócio no Brasil, cobrando em reais. Então, fundei a primeira empresa que, na época, se chamava Brazilian Journals Publicações de Periódicos, com a ideia de publicar bons trabalhos avaliados, analisados, de forma célere”, complementa. 

O negócio decolou e hoje, oito anos depois, a Future Publishers Group engloba 15 empresas no Brasil, duas nos EUA, uma na Europa e uma na Índia. “Temos mais de 100 colaboradores contratados e somos uma das maiores editoras científicas do mundo”, conta. “Temos professores com mestrado, doutorado e pós-doutorado que trabalham full  time, analisando os artigos que chegam, fazendo essa seleção, passando para avaliadores externos, dos quais a gente tem centenas cadastrados e que nos ajudam diariamente a avaliar os artigos”, completa. 

Na vanguarda do segmento

Atualmente, a Future Publishers é uma holding que gerencia editoras próprias e que administra portais de periódicos, editoras de livros, livros eletrônicos, além de organizar congressos. “Nosso diferencial é administrar as publicações de forma célere. São revistas relevantes, que trazem artigos de qualidade e que publicam de forma rápida, o que é extremamente importante. Esse tem que ser um objetivo trabalhado diariamente. Um exemplo é uma pesquisa sobre o coronavírus na época da pandemia. Nada adiantava fazer uma pesquisa para solucionar o grave problema, se os artigos fossem publicados um ano depois, não fazia sentido”, explica. Com o crescimento exponencial do grupo, outros investimentos foram feitos em segmentos diversos, como construção civil, gestão imobiliária, automobilística, e-commerce e vestuário. “Com uma estrutura empresarial mais robusta, começamos a entrar em novos negócios e continuamos dispostos a expandir ainda mais”, diz. 

Outro pilar importante para o grupo é a gestão de publicações científicas de universidades. “Não só no Brasil como no mundo, as revistas científicas são amplamente editoradas por universidades. Fora do Brasil, é mais comum que as universidades tenham estrutura, equipes dentro das revistas. Aqui no país são poucas as universidades que têm equipes profissionais gerindo essas publicações. Então existe essa lacuna no mercado da gestão dessas revistas. Começamos a prestar esse serviço há apenas três anos”, conta. “Assumimos esse trabalho, fazendo as análises dos artigos com os nossos avaliadores externos, a leitura prévia com os nossos editores, a organização do que vai ser aceito, do que não vai ser aceito, além da diagramação e publicação. Enfim, 100% da gestão da revista científica”, explica o empresário. Essa gestão é feita não apenas com universidades brasileiras, mas também instituições de ensino estrangeiras.

Além do trabalho no universo científico, a Future Publishers também tem atuação social. “Sempre tento ajudar o próximo. Gosto de estar junto e, apesar de não ser rotariano, recebemos um convite do Rotary para ser a Empresa Cidadã”, explica. “Recentemente, quis formalizar e deixar de forma mais organizada a nossa relação com essa parte social. No ano passado, fundamos o Instituto Anderson Catapan, que tem como objetivo tornar nossa sociedade um lugar melhor para nossos filhos viverem”, aponta. “Isso é feito por meio de ações solidárias com pessoas em vulnerabilidade social. Em dias específicos, nossos funcionários fazem doações em escolas, fazem dia de pintura com crianças, etc. É a forma de retribuirmos para a sociedade brasileira o que ela tem nos proporcionado em relação ao nosso crescimento empresarial, nossas conquistas. É a forma que vejo de agradecer ao Brasil a oportunidade que ele tem nos dado”, comemora. 

Em entrevista para o IstoÉ Sua História, Anderson fala mais sobre o core business da Future Publishers Group, além de desafios do setor e planos para o futuro. Confira:

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