Os empresários Eduardo Couto e Andréia Couto são mais do que apenas parceiros de vida; juntos, eles comandam o Atacadão dos Óculos que, há 20 anos, vende óculos para todo o Brasil e se tornou referência no ramo. Sua trajetória é marcada por uma visão clara do potencial do mercado óptico. Ao longo dos anos, o casal não apenas expandiu seu negócio, mas também deixou sua marca no setor. Agora, eles se dedicam ao mercado das franquias, com o objetivo ambicioso de aumentar o acesso a esse tipo de produto em todo o país.

Eduardo nasceu em Patos, Minas Gerais, e nunca teve muitas dúvidas que sua vida profissional se forjaria em torno do mercado de óculos. “Meus pais trabalhavam com bijouterias, relógios, e também óculos, e vendiam para lojistas. Comecei a trabalhar com eles quando tinha 15 anos. Sempre tive vontade de ter um negócio no ramo de óculos que fosse só meu. É minha grande paixão”, conta.

Já Andréia nasceu na cidade de Formosa, em Goiás. Ainda pequena, foi morar em Brasília com sua família e lá se tornou professora. “Sempre tive interesse nessa área também, primeiro porque uso óculos desde criança, e sei das necessidades e dificuldades de quem usa. Olhava para as vitrines, via modelos e desejava algo a mais. Isso sempre esteve no meu coração”, explica.

A forma como o casal se conheceu foi inusitada: Eduardo tinha apenas 18 anos e Andréia era sua professora do ensino médio. Mal sabiam eles que, um tempo depois, se tornariam um casal e parceiros profissionais. “Quando ficamos juntos, começamos a compartilhar dessa vontade, necessidade. Começamos a ver que, de repente, poderíamos juntar nossas energias, forças e ideias”, diz Andréia, que também nutria o desejo de empreender. “Era o sonho dos meus pais”, completa. 

Na época, ela começou aos poucos a sair da área da docência e entrar de cabeça no novo negócio do companheiro. “Eu trabalhava em tempo integral dando aulas. Começamos a conversar sobre a possibilidade de atuarmos juntos e não demorou muito para começarmos a desenvolver projetos”, relata. Ainda morando em Brasília, o casal começou a vender óculos comprados em São Paulo. “O investimento inicial foi nosso mesmo, a gente comprou 170 peças, pouquíssimas. Não dá para nada. Foi assim que começamos”, diz Eduardo.

Depois de vender todas as peças adquiridas em São Paulo, e com o aumento cada vez maior de interessados, o Atacadão dos Óculos nasceu. “Nos tornamos um dos 10 maiores atacadistas do Brasil e vendíamos para óticas, representantes comerciais, entre outros”, detalha o empresário. Com o tempo, viram que o mercado a ser explorado poderia ser ainda maior, e o casal decidiu dar um passo importante em sua trajetória. “Decidimos sair de Brasília, começar a vender também em varejo, ao invés de apenas atacado, e resolvemos ir para o Espírito Santo”, diz Eduardo. “O estado nos recebeu muito bem e logo abrimos três óticas. Depois abrimos outra, e outra, até chegarmos em 35 lojas próprias e 135 funcionários, o que nos tornou a maior rede de óticas do estado”, explana. 

Posteriormente, ambos se formaram em Optometria pela Universidade Vila Velha, no Espírito Santo, o que os capacitou ainda mais no ofício.

Crescimento e desafios

Com o crescimento do negócio, também vieram as adversidades. “É um desafio muito grande, felizmente eu sou bom em uma parte e a Andréia é boa em outra, vamos nos completando. Eu fico com a parte de gestão, fico mais à frente da empresa. A Andréia fica na parte dos detalhes, do administrativo e financeiro”, explica Eduardo. Para o empresário, a parte de gerir pessoas é uma das mais desafiadoras. “As pessoas são complicadas, mas temos todo um carinho com nossos colaboradores. Tratamos todos como se fossem da família. Aos poucos, formamos um grande time, porque não conseguimos nada sozinhos. Só com uma grande equipe é possível chegar longe”, acrescenta. 

Andréia explica que um dos segredos do sucesso de seu negócio é ter apostado na qualificação interna dos funcionários, o que possibilitou encontrar grandes talentos escondidos. “Quando chegamos no Espírito Santo, era uma terra nova, não tínhamos muito conhecimento da região. Então, começamos a pensar de uma forma diferente. As pessoas normalmente buscam funcionários que já tenham uma qualificação. A gente começou a contratar pessoas que não tinham nada de experiência e fizemos o trabalho de treiná-las, do zero, orientando sobre técnicas, atendimento personalizado, tudo que fomos aprendendo ao longo dos anos”, explica a empresária. “Com o tempo, fomos formando profissionais e líderes, e conseguimos olhar para trás e sentir bastante orgulho disso”, conta Andréia.

Esse investimento em gestão de pessoas se mostrou frutífero, além de dar oportunidade para trabalhadores poderem crescer e explorar todo seu potencial. “Nosso objetivo é pegar pessoas que estão com vontade Independente de ter ou não qualidade técnica para aquilo, porque vender um óculos não é igual vender um tênis. Você tem que trabalhar de uma forma muito diferenciada, tem que ver a necessidade do cliente. Trabalhamos cuidando da saúde visual do cliente, isso é algo muito importante”, diz Eduardo. “Por exemplo, temos um supervisor que vendia bala no semáforo. Hoje ele é supervisor de cinco lojas, com 30 colaboradores sob seu comando”, relata Eduardo. “Outra supervisora nossa vendia peixe na feira e hoje administra nove lojas. O desafio é formar pessoas e mudar a história de vida delas”, completa a empresária. 

Entrada no ramo de tecnologia

Com toda a expertise e conhecimento adquirido ao longo dos anos, Eduardo e Andréia  decidiram investir numa nova vertente do negócio e como especialistas, preparam o lançamento de um sistema de microfranquias chamado Visionall. “Esse é um grande sonho nosso. Depois de tantos anos de experiência, observamos que o setor ótico precisa de uma revolução”, diz Eduardo. “É muito difícil adquirir um óculos. Hoje, temos 34% da população brasileira sem acesso a um exame de vista, comprar uma armação, uma lente, porque é algo caro. Então a gente quis desburocratizar o setor, possibilitando a qualquer pessoa, com investimento muito baixo, a ter uma microfranquia de óculos. Com a microfranquia, a pessoa pode fazer óculos para ela, para os familiares, para os amigos, e vender os produtos de forma direta”, complementa.

O empresário explica que, por um aplicativo, a pessoa que comprar a franquia poderá tocar o seu próprio negócio. “A partir de um smartphone a pessoa pode atuar, sem precisar de estoque, sem pagar aluguel, sem precisar pagar funcionário. Tudo isso na palma da mão”, diz. “Para desenvolver o aplicativo, fui pegando pedacinhos de tecnologia do mundo inteiro, uma parte veio da Índia, outra veio do Canadá, outra da Iugoslávia, juntei tudo isso e coloquei um doido de Curitiba para montar esse quebra-cabeça (risos)”, conta. 

Eduardo comenta que, pelo aplicativo, o cliente pode experimentar os modelos. “A interface consegue ter a precisão de 400 pontos do seu rosto, você consegue colocar os óculos e ele aparece em 3D, 100% na realidade aumentada, e faz todas as medidas necessárias, você tem acesso a tudo que uma ótica tradicional oferece”, revela. O projeto foi desenvolvido ao longo de dois anos e terá seu pré-marketing em abril deste ano. 

Além dos óculos, Eduardo detalha que o aplicativo também terá outras funcionalidades e produtos. “Vamos trabalhar com suplementos, como o Supervision. Tomando ele todos os dias, você evita 75% dos problemas de visão que poderia ter no futuro”, diz. “Esse é um produto único no Brasil, só tem uma empresa que vende algo parecido, que é francesa, o produto é importado. Nós vamos trazer esse suplemento de forma bem mais acessível, para que todos tenham acesso a uma qualidade visual melhor”, diz.

A microfranquia estará disponível por meio de indicação. “A gente entende que o melhor marketing que existe é o boca a boca. Para entrar no negócio, você tem que ser indicado por alguém. No pré-marketing já temos alguns players posicionados, que chamamos fundadores, e é por eles que é possível adquirir a franquia”, afirma Eduardo. “Só das pessoas que conhecemos ao longo da nossa caminhada no mundo de ótica já temos muita gente interessada, que será o start de tudo isso”, acrescenta Andréia. 

Em entrevista em vídeo para o IstoÉ Sua História, Eduardo e Andréia também falam sobre seu trabalho filantrópico, propósito de vida, além das tecnologias presentes em seus produtos. Confira:

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