Desde o início de sua carreira profissional, Fábio Fadel sempre acreditou no poder transformador da educação e na potência do esporte na vida de crianças e adolescentes. 

Ele é fundador da Global Educação Infantil, estrutura por trás da marca Fadelito Educação Infantil, que existe desde 1999 e conta com 29 unidades e mais de 25 mil alunos já atendidos. Sua história é marcada pela busca em proporcionar a todas as crianças o acesso igualitário a uma educação excepcional. Hoje, suas múltiplas filiais e o sucesso de sua visão atestam o impacto duradouro que a paixão e a dedicação podem ter na construção de um futuro mais luminoso para os jovens.

Natural de São Paulo, Fadel foi atleta profissional de judô, e essa jornada esportiva foi a semente que impulsionou sua paixão pela educação. “Fui da Seleção Brasileira de Judô juniores, e comecei dando aulas do esporte aos 15 anos em escolas de educação infantil. Comecei a dar aulas de judô para poder sustentar a minha carreira de atleta, porque naquele momento minha família não tinha condição”, diz. 

Ele conta que, aos 19 anos, ao montar projetos esportivos dentro dos colégios que era professor, começou a sentir que havia em si uma veia empreendedora que foi fundamental para o seu sonho na educação. “Eu já vinha nutrindo essa vontade de ter uma escola de educação infantil, e quando eu fui fazer educação física, senti falta de conteúdo e de informação sobre empreendedorismo, sobre administração de empresas, etc. Então eu comecei a fazer todos os cursos do Sebrae, de ponta a ponta, fiz todos eles. Fui comprando livros de administração e na faculdade já tinha lido tudo. Juntei dinheiro e aos 20 anos consolidei o projeto de abrir uma escola”, explica. 

Assim como muitas histórias de empreendedores, seu caminho foi repleto de desafios e percalços. A primeira unidade, no bairro da Vila Sônia, em São Paulo, foi a investida nesse universo, e com ela muitas lições foram aprendidas. “Foram seis meses de reforma. Dimensionei mal o primeiro projeto, faltou dinheiro, tive que vender carro, coisas assim”, detalha. Mas, o empresário confiava em sua própria visão, que era abrir uma escola diferente do que existia na época.

Ele conta que, na ocasião, o mercado tinha dois tipos de colégios, aqueles grandes com muita estrutura, porém um número elevado de alunos, e os pequenos, que eram casas residenciais adaptadas para escolinhas, com poucos alunos. Então, a escolha pelo imóvel foi essencial para consolidar sua visão. “Aluguei um imóvel que já era uma escola de ensino fundamental. Então tinham salas estruturadas, tinha mais de mil metros. O projeto começou 1997 mas abrimos em 1999. Porém, mesmo sendo um imóvel estruturado para uma escola, a gente não queria perder o mesmo acolhimento que as casas adaptadas davam. Esse era o meio termo que no momento não existia no mercado. Não ser uma casa adaptada, porém não ser um colégio grande, frio, que não atendia a carência da mãe que estava voltando a trabalhar e precisava deixar o seu bebê”, detalha.

Diferencial no mercado 

Como os pilares da escola eram a qualidade e a tranquilidade dos pais, Fadel e sua equipe criaram um conceito que era ausente do mercado de trabalho na época: a possibilidade dos pais poderem assistir, via webcam online, seus filhos durante o dia. Mas, com a tecnologia do fim dos anos 90, a tarefa não se mostrou fácil. “A gente passou meses tentando implantar isso, porque era uma placa para o acesso de uma pessoa por vez e acabou que muitas famílias entravam para ver a rotina das crianças na escola”, diz. “No início o sistema não funcionou muito porque a internet era discada, ficava travando, as crianças se mexiam em etapas. Mas, foi uma ideia que tive porque eu queria que os pais conseguissem tangibilizar o serviço”, diz. Esse diferencial existe até hoje na rede, contudo, com muito mais tecnologia e comodidade.

Um diferencial crucial é que a Global Educação Infantil desenvolve e utiliza seu próprio material didático, contando com uma editora interna. “Nosso material é mais adaptado à nossa realidade e expectativas. Temos um sistema de ensino nosso, com apostilas feitas em gráficas, com direitos autorais e atualizadas a cada dois anos”, explana. Outro diferencial da rede é o projeto chamado Baby Learn. “Com a ajuda de uma pediatra, de uma fisioterapeuta, de uma nutricionista e de uma fonoaudióloga, desenvolvemos esse programa de desenvolvimento para os bebês, que os estimula a falar, a comer melhor, a andar, etc”, aponta.

A busca pela igualdade na educação

Fadel conta que, ao trabalhar em escolas diferentes durante sua juventude, quando ainda era professor de judô, essa experiência abriu seus olhos para o fato de que a classe social das crianças determinava, muitas vezes, a qualidade do ensino que elas recebiam. Isso foi uma das forças motrizes para que seu projeto educacional ganhasse vida. “Eu tinha uma questão crítica de trabalhar em escolas muito pobres. E foi brotando em mim aquela questão de… como eu posso explicar isso? Não chegava a ser uma revolta, mas uma consciência ao ver o nível de uma escola de bom padrão, e o que era oferecido para crianças que não tinham condição de pagar”, relata.

Por isso, desde o início, o custo de sua escola refletiu esse desejo de ser acessível a um número maior de famílias. “A gente oferecia muito e cobrava pouco. Era uma forma de democratizar essa educação infantil de qualidade. Porque a consciência da importância do desenvolvimento da criança eu sempre tive”, afirma. “Eles chegam a ter 1 milhão de conexões entre neurônios por segundo. Então, a fase mais importante para o desenvolvimento de uma criança é do zero aos seis anos. Ali que o cérebro dela se forma. Então, muitas vezes, trabalhando em escolas de baixo custo, eu vi o quão pouco era entregue para aquelas crianças. E o quanto aquilo comprometia o futuro delas”, diz.

Impulsionado por essa premissa, não há cobrança adicional por atividades extracurriculares. “Isso porque, na minha experiência de vida como professor em escolas, eu tinha que entrar nas salas de aula e perguntar quem iria para a aula de judô e só as crianças que pagavam iam”, relata. “Desde o nosso início, tudo que tem aqui é para todos. Então, a gente dá o estojo igual para todos, a gente oferece o material, o giz, o lápis, tudo igual para todos. Assim como judô, ballet, inglês, tech, mindfulness etc.”, afirma.

Apesar do começo desafiador, o sucesso de sua empreitada é evidente: com 29 unidades, mais de 1600 colaboradores e 25 mil alunos já atendidos pela rede, a Fadelito Educação Infantil é a maior rede especializada em educação infantil do Brasil. Essa expansão de unidades é também reflexo de um sistema de franquias que existe há quase uma década. “Busquei parceiros notáveis, pessoas que trabalharam em grandes empresas de educação, e que agora fazem parte do nosso conselho. Mas, buscamos parceiros para trabalhar no interior de São Paulo. Então, em localidades a mais de 1h30 de São Paulo, a gente tem as portas abertas para negócio”, detalha. Fadel conta que em São Paulo já não há mais vagas, e que a rede irá atuar em quatro novas unidades em Belo Horizonte, em 2024. Agora, o foco é o interior. “Não em capitais, mas em regiões periféricas temos disponibilidade para parcerias. Esse é um projeto de franquia que já acontece aqui há oito anos, dez anos. Mas a gente sempre tem muito critério em escolher. Não investidores, mas pessoas apaixonadas pela educação”, conta.

Segundo Fadel, 30% das 29 unidades são operadas por parceiros. “Hoje, 40% da nossa rede tem fila de espera para a entrada de novos alunos. Acho que a gente conseguiu criar um serviço que entrega muito para as famílias e a gente vem sendo reconhecido por isso”, diz. Os valores que a rede carrega também foram fundamentais para essa consolidação. “A gente tem boas escolas, bons profissionais, bons protocolos de atuação e falo com muito orgulho de toda a minha equipe Crescemos de 20% a 30% por ano, com bastante responsabilidade. Nossa missão é tentar, em 10 anos, estar no Brasil todo”, acrescenta. “A gente sempre pensa em um crescimento muito sustentável. Nunca quisemos ser os maiores, mas sempre os melhores. Acho que isso é o mais importante para nós”, finaliza.

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